Pequenos negócios de reciclagem atuam no vácuo da coleta seletiva do poder público; Brasil perde R$ 14 bilhões por ano ao desperdiçar materiais que poderiam ser reciclados
Estadão PME
Bianca Zanatta, Especial para o Estadão
30 de junho de 2021 | 05h00
Desde que a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi implantada em 2010, para organizar a forma com que o País lida com o lixo, as empresas começaram a corrida para criar estratégias e adaptar processos a fim de atender às novas demandas da lei, que determinou que os setores público e privado gerenciem seus resíduos.
Entre os temas que passaram a fazer parte da agenda de sustentabilidade dos negócios, a logística reversa é um dos principais desafios. Antes, quando uma pessoa descartava uma embalagem de forma inadequada, ninguém sabia de quem era a culpa.
Com a PNRS, a responsabilidade passou a ser dividida entre o cidadão, o poder público e a empresa que colocou a embalagem no mercado e precisa cuidar para que, de alguma forma, ela volte, seja reciclada e entre novamente no ciclo da economia.
Por ano, quase 80 milhões de toneladas de lixo são geradas no País, mas reciclamos somente 4% desse total, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Enquanto as grandes empresas lideraram o movimento de cuidar desse montante, com a construção de parques de reciclagem próprios, pequenos e médios negócios vêm apostando em criatividade, comunicação e educação dos consumidores para implantar seus processos de logística reversa.
Fabio silva, Funder da Startup Reciclo Beleza Sustentável e Maria Thereza, sócia.
Foto: Vinicíus/ Estúdio Maritimo
Um exemplo é o empreendedor Fabio Silva, fundador da startup Reciclo Beleza Sustentável, que incentiva o retorno das embalagens de estética e beleza, perfumaria e cosméticos através da abertura de pontos de coleta em negócios da beleza, gerando ainda interação dos clientes com as marcas participantes através de QR Code conectada a plataforma AiQBeleza.
Para todos
Dona de um modelo de negócios "para todos" a Reciclo Beleza atende a negócios pequenos, médios ou grandes do ramo.
"Damos uma destinação ambientalmente adequada às embalagens de todas as marcas, em especial das marcas participantes do nosso programa, que recebem nosso Selo Verde, um certificado ambiental e outros benefícios de acordo com o plano desejado.
Por meio dos nossos pontos de coleta credenciados, máquinas de coleta e pequenos coletores exclusivos, ajudamos as marcas a tornar seus negócios mais ágeis, rentáveis e atrativos, fazendo sua logística reversa das embalagens e ainda ajudamos na fidelização dos seus clientes através do nosso programa de "fidelidade sustentável" na entrega de embalagens, afirma Fabio Silva, sócio da empreitada.
Katia, CEO da marca Kans Br, localizada em Guarulhos,
onde foi instalada uma das máquinas de coleta. Foto: Vinicíus/ Estúdio Maritimo
Pós coleta
Está para sair do papel no segundo semestre também a Loop Green, braço de tecnologias verdes da empresa para cuidar dos resíduos mais difícies de reciclar do segmento, tais como esmalte, batons, brilhos labiais e alguns plásticos.
Eles serão coletados e levados para a Loop Green, que vai pleitear vaga na Fapesp para desenvolver soluções que os transformem, por exemplo, para uso na mobilidade urbana como recapeamento de ciclovias.
Artigo completo com outros cases acesse: Estadão PME - Bianca Zanatta, Especial para o Estadão. 30 de junho de 2021 | 05h00
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